quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dia Internacional da Filosofia

Nos dias que correm, todos nós nos deparamos com amarras que nos impedem de fazer determinados movimentos. Toda e qualquer afeição que um ser humano desenvolva com algo material será a porta de entrada para o esquecimento de determinadas sensações partilhadas com outras cabeças. Sentimo-nos seguros numa relação palpável, tipo “Eu-isso”, pois sabemos, por um lado, que estes objectos se encontram “aqui e agora” e, por outro lado, que dominamos os sentimentos aliados à interacção, desenvolvendo o objecto (ou uma pessoa, por vezes) uma posição “escrava” em relação ao “senhor”, esse que nos representa a nós. No entanto, esta relação “escravo-Senhor”, poderá ter sido invertida. Não no sentido de que nós nos tenhamos apercebido. Mas, sem sabermos, os computadores, os espelhos, os telemóveis ou até mesmo manequins têm vindo a dominar a nossa maneira de ser. E porquê? Porque pensamos que nos mostram a realidade, quando a totalidade desta só poderá ser atingida partindo à descoberta e aplicando um espírito filosófico. Se nos ligamos a estes objectos pela segurança que nos transmitem, como poderemos saber que aquilo que falta descobrir não será ainda mais seguro? Porque não tentar?
         A sabedoria não é um algo, ou um aquilo. Não é algo palpável, que se cola ao corpo como um tecido ou que podemos chutar como uma bola. É, acima de tudo, a procura, através de experiências e aventuras, da verdade. É o “porque” do “porquê”. E a sabedoria é realidade, e não aquilo que pretendemos ou pensamos olhar. Até porque olhar, e ver, são acções bastante distintas.
         Eu falo por mim, mas são frequentes as vezes em que agradeço pelas condições em que vivo. Tenho direito a uma casa, roupa, e inúmeros outros objectos que tornam a minha vida mais fácil. Tenho também uma educação, que me dá conhecimentos. Será isto tudo, no entanto, positivo? Todos estes factores contribuem para que os problemas fujam ou se escondam sob a forma de máscaras na minha mente. Incutem-me dogmatizações e impedem-me de conseguir enfrentar o erro. O outro extremo, o da pobreza, também não será benéfico. Os problemas são bastante comuns. Mas o nosso sucesso é também necessário, pois ajuda-nos a lutar por algo que sabemos ser atingível. Devemos, portanto, afastarmo-nos dos extremos e seguir o caminho do meio. A existência destes extremos será, no entanto, muito importante. “Ninguém saberia dizer o que está certo, se o contrário não existisse”. A alegria de atingir determinado objectivo só é possível, devido à dor provocada durante a subida. É por isso que gostamos tanto da dor, porque sabe mesmo bem quando acaba!
         É importante a existência de filósofos como Platão, que nos abrem os olhos para o mundo que nos rodeia. Apesar de a televisão a preto e branco ter evoluído para   a televisão a cores, isto não significa que os objectos se tenham tornado mais reais e próximos da realidade. Apenas nos impedem de sermos Humanos, e filósofos espontâneos, pois damos como adquirida a essência, esta que se esconde sob a forma de aparência.

Inês Oliveira – 10º B

1º Encontro de Escolas Católicas da Diocese de Aveiro

Painéis de Azulejo